O Vaticano dará início uma série de rituais que vai desde a forma de que o corpo de Francisco ficará exposto até o Conclave (a próxima eleição para a escolha de um novo Papa).
O período que a Igreja Católica está neste momento chama-se Sé Vacante, que é a preparação do funeral. Agora, a Igreja Católica Apostólica Romana passa a ter um governo temporário. Parte dos religiosos da cúpula perdem seus cargos. Decisões urgentes ficam a cargo do Colégio dos Cardeais. Quem conduz os trabalhos neste período é o camerlengo (que neste momento é o Cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell), na qual é responsável também pela transição de governo e irá ajudar no Conclave.
Já hoje, ás 14 horas (pelo horário de Brasília),: Missa sufrágio do Papa Francisco, na Basílica São João de Latrão, em Roma. Ás 15 horas, rito de constatação da morte e deposição do corpo de Francisco no caixão. A cerimônia ocorrerá numa capela privada e presidida pelo camerlengo irlandês Kevin Joseph.
O funeral é feito seguido a Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice. O primeiro rito é a confirmação da morte feita pelo camerlengo. Ele chamará o nome do Papa por três vezes, se não houver resposta, a morte é confirmada. Depois dessa confirmação, o Anel de Pescador é retirado da mão do Papa e é destruído por um martelo. O quarto do papa é fechado e selado. O corpo é colocado no caixão e levado para a Basílica São pedro, no Vaticano, onde acontecerá o velório. Francisco determinou que seu caixão fosse simples. O enterro deverá acontecer entre 4 e 6 dias. O Papa pediu para que fosse sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não na Basílica São Pedro. Missas serão celebradas por 9 dias seguidos, seguindo a tradição dos "Novendiales" (período de luto e Oração pela alma do Papa).
A escolha do novo papa será daqui 15 a 20 dias, após a morte de Francisco. O Colégio dos Cardeais é convocado. São 252 cardeais. Desse grupo 138 cardeais tem direito a voto, pois tem menos de 80 anos de idade. Antes do Conclave, participam de encontros chamados de Congregações Gerais para a votação de questões governamentais da igreja, a organização do Conclave, dos aposentos para acomodar os religiosos que irão participar do Conclave (pois os cardeais saem de seus países de origem, viajando para o Vaticano), entre outros assuntos. Essas congregações começam antes do término dos "novendiales".
No Conclave, os cardeais ficam numa sala fechada a chave. Dos 138 cardeais aptos a votar, sete são brasileiros.
1) Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos;
2) João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos;
3) Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos;
4) Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos;
5) Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos;
6) Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), 64 anos; e
7) Sérgio da Rocha (Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.
Durante o Conclave, os cardeais não podem se comunicar com ninguém fora da sala, não podem ler jornais, nem usar telefones, internet, nada. O Conclave acontece na Capela Sistina. Para ser eleito, o novo papa deve receber, pelo menos, dois terços dos votos. Os votos são secretos e queimados após a contagem. Não necessariamente na primeira votação já se tem o resultado. Podem ser realizados diversas votações e o Conclave pode levar dias. Tradicionalmente, quando o Papa é eleito sai uma fumaça branca da chaminé da Capela Sistina e quando ainda não for escolhido, sai uma fumaça escura. Essa fumaça é o resultado da queima dos votos (para sair branca é o resultado a queima de cloreto de potássio, lactose e colofônio; e para sair escura, é o resultado da queima de uma mistura de cloreto de potássio, antraceno e enxofre) . Diariamente, só podem ser feitas até quatro votações: duas pela manhã e duas a tarde (pelo horário do Vaticano). Se depois do terceiro dia do Conclave ainda não tiver sido escolhido o novo papa, é feita uma pausa de 24 horas para orações. Depois é retomada o Conclave. Se após sete votações ainda não tiver sido escolhido o papa, outra pausa é feita. Se caso acontecer 34 votações e não tiver eleito o novo Papa, os dois mais votados da última votação disputarão uma espécie de segundo turno. Para ser eleito, deverá ter dois terços dos votos. Quando o Papa for eleito, além da fumaça branca, haverá o toque dos sinos na Basílica de São Pedro. O cardeal eleito escolhe um nome na qual gostaria de ser chamado e é levado para a Sala das Lágrimas, onde veste as vestes papais. Em seguida, é anunciado na Praça São Pedro com o dizer "Habemus Papam" (traduzindo: Temos um Papa), onde, com certeza, estarão milhares de fiéis no aguardo desse anúncio.
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