Introdução
No encontro desta semana, estudaremos Ex 2,23-25. Trata-se da última parte antes do chamado de Moisés (Ex 3-4). O foco desses versículos consiste na resposta de Deus ao sofrimento dos israelitas. Este conjunto apresenta, de modo muito claro, como Deus age no mundo e, por isso, ele revela ensinamentos maravilhosos.
Oração
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito
Santo, para que o estudo dessa semana gere frutos de vida cristã. Leia Ex 2,23-25 e destaque o que mais te chamou
a atenção.
Texto de estudo
Como Ex
2,23-15 está organizado?
Estes
versículos consistem numa transição das cenas que relatam a fuga de Moisés (cf.
Ex 2,1-22) e seu chamado (cf. Ex 3,1-4,18). Eles têm uma estrutura
interessante:
A) v.23a:
Conclusão da tradição precedente com o relato da morte do faraó
B)
v.23b-25: Antecipação das seguintes tradições (relato do clamor e promessa de
Deus)
b.1)
v.23b-c: o clamor dos israelitas
b.2)
v.24-25: a promessa e a resposta de Deus.
O
elemento “A” consiste numa conclusão para a narrativa de 2,11-22, mostrando que
a ameaça que gerou a fuga de Moisés do Egito não existe mais.
O
elemento “B” prepara o cenário para a narrativa do chamado de Moisés em
3,1-4,18, apresentando o grito de Israel e a correspondente resposta de Deus.
Há uma semelhança interessante entre Ex 2,24-25 e 3,7.
Como
funcionam os versículos de Ex 2,23-25?
Esses
versículos de Ex 2,23-25 também se relacionam com Ex 1,1–7, pois há uma
relembrança de que os descendentes de Abraão, Isaac e Jacó não serão definidos
por seus anos de escravidão, mas por seu relacionamento de aliança com o Deus
que ouviu seus gritos, viu e conheceu sua aflição (cf. Ex 2,24; 3,7-9) e
lembrou de suas promessas (cf. Gn 8,1).
O que as
três expressões diferentes para o clamor de Israel (gemeu, gritou e
levantou-se) significam?
As três
expressões diferentes para o clamor de Israel (gemeu, gritou e levantou-se)
capturam a profundidade de seu desespero durante a opressão. Embora o grito
deles tenha se erguido para Deus, as palavras usadas não indicam que devemos
pensar em oração.
Mais
provavelmente, o Senhor responde, aqui, ao gemido de dor na criação (cf. Gn
21,15-19), ao invés de oração piedosa. Ou, também pode ser, que as quatro
respostas de Deus (ouviu, lembrou, olhou, se fez conhecer) para a situação de
Israel tenham sido motivadas pela Graça (cf. Ex 3,7.9.15; 4,31; 6,5).
O que
significa dizer que Deus se lembrou de sua aliança?
Aqui, a
ação de Deus não se constitui como uma piedade impulsiva. Entretanto, o Senhor
agiu porque se lembrou de sua aliança com Abraão, Isaac e Jacó (v.24).
Lembrar
significa muito mais aqui e em outros lugares no Antigo Testamento do que uma
resposta a um lembrete casual para superar o esquecimento. É uma expressão de
lealdade e constância, bem como uma recordação com o propósito de agir.
Ao longo
de toda a narrativa presente no Pentateuco, o autor lembra, repetidas vezes, de
que os atos de salvação de Deus em Êxodo devem ser vistos em continuidade com
os atos de Deus relatados em Gênesis, por causa da aliança.
Por que o
termo “Deus” só aparece no final do capítulo 2?
Um dado interessante precisa ser destacado neste estudo: o termo “Deus”, que
não foi mencionado ao longo de quase todo Ex 2, somente aparece nos últimos
versículos e por três vezes!
Parece que o autor teve a intenção de que fôssemos retirados do nível da
experiência humana e tivéssemos um vislumbre do ponto de vista de Deus. Os
escravos israelitas, aparentemente abandonados e oprimidos, não são, de modo
algum, esquecidos. Ao contrário, eles fazem parte das estratégias de longo
alcance de Deus.
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