Introdução
Nesta semana, destacaremos uma das expressões mais bonitas de Ex 2,23-25: “Deus se fez conhecer” (v.25). Essa afirmação bíblica apresenta um dos mistérios mais profundos da fé judaico-cristã; o Senhor se auto comunicou. Na investigação científica sobre Deus, o estudo desse processo é feito numa disciplina chamada “teologia da Revelação”.
Oração
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito
Santo, para que o estudo dessa semana gere frutos de vida cristã. Leia Ex 2,25 e reflita sobre o que significa
a afirmação de que Deus se fez conhecer.
Texto de estudo
A afirmação de que Deus se fez conhecer é fundamental para nossa fé
(cf. Ex 2,25). Sabendo disso, a Igreja Católica, mediante seu
Magistério, elaborou um documento muito importante sobre este assunto, a
Constituição Dogmática Sobre a Revelação, a Dei Verbum. A expressão latina, Dei
Verbum, significa “Palavra de Deus”.
O que é o
Magistério da Igreja?
O rico
Magistério da Igreja Católica tem muitos documentos para ensinar o povo de Deus
ao longo de sua história de dois mil anos. Como uma mãe que educa um filho, ela
lê a Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição e transmite o ensinamento da
Palavra de Deus aos fieis.
Deste
modo, o Magistério da Igreja constitui-se como todo conjunto de ensinamentos
ministrados pelos papas, em conjunto com o colégio de cardeais, mediante uma
leitura profunda tanto do contexto histórico, quanto da Bíblia e da Tradição.
Nesta
semana, faremos um estudo sobre alguns poucos aspectos de um desses documentos,
a Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina, a Dei Verbum, do Concílio
Vaticano II.
Por que
estudar um pouco sobre o tema da teologia da Revelação é importante?
A
teologia da revelação é singularmente importante, porque ela prepara o terreno
para qualquer coisa que queiramos dizer em todo o campo da reflexão sobre Deus.
O que a
Igreja ensina sobre a Revelação divina?
A partir
das Escrituras e da Tradição, a Igreja ensina que Deus se revelou. Preste
atenção no que afirma o documento Dei verbum, no número 1:
“Aprouve
a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o
mistério da sua vontade (cf. Ef 1,9), segundo o qual os homens, por meio de
Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam
participantes da natureza divina (cf. Ef 2,18; 2Pd 1,4). Em virtude desta
revelação, Deus invisível (cf. Cl 1,15; 1Tm 1,17), na riqueza do seu amor fala
aos homens como amigos (cf. Ex 33,11; Jo 15,14-15) e convive com eles (cf. Br
3,38)”.
Neste
trecho, o Magistério ensina que Deus se revelou por vontade própria, por Graça.
Nada, a não ser Ele mesmo, na sua infinita bondade, foi o motivo desse
processo. Assim, é possível dizer: o Senhor se comunicou ao ser humano por
amor, já que Ele mesmo é amor (cf. 1Jo 4,8.16).
Mas para
que Deus se revelou?
A Igreja,
sabiamente, ensina no Concílio Vaticano II que Deus se revelou “para convidar
(os seres humanos) e admitir à comunhão com Ele”. Em outras palavras, o Senhor
se comunicou a fim de que todos os homens e mulheres fossem salvos.
Neste
sentido, a salvação deve ser entendida como uma comunhão com Deus nesta vida e
também por toda eternidade. Com efeito, tal realidade é compreendida,
biblicamente, na categoria do “Reino de Deus”.
O que o
Reino de Deus tem a ver com a revelação divina?
O Reino
de Deus consiste na própria pessoa de Cristo, revelador do Pai e do Espírito
Santo. Uma vez que a humanidade O aceita, movida pela Graça, ela atua com
Cristo, por Cristo e em Cristo, tornando o reinado do Senhor mais perceptível
no mundo.
É diante
dessa verdade que a Igreja se compreende como “sacramento universal de
Salvação”. Deste modo, ela é o sinal do Reino no mundo, ao apontar para o
Cristo e Sua vontade.
É sempre
importante lembrar que este Reino de Deus, embora presente no já da história
humana, por meio da ação de Deus em Cristo, só se plenificará na glória eterna,
quando o Filho voltar para julgar vivos e mortos.
Como Deus
se revelou?
Dentro do
documento Dei Verbum (n.1), o Magistério responde, afirmando que a “revelação
realiza-se por meio de ações e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal
maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação”.
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