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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Jornada Bíblica - 29º encontro.


Tema: A passagem pelo mar (Ex 14,15-31).

Introdução

Neste encontro, estudaremos a passagem dos israelitas pelo mar (Ex 14,15-31).

Oração
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para que o estudo desse encontro gere frutos de vida cristã. 
Leia Ex 14,15-31. Agora, destaque o que mais te chamou a atenção.

TEXTO PARA ESTUDO

Qual é o sentido da pergunta que Deus dirigiu a Moisés?
A perícope estudada nesta semana tem seu início com uma pergunta intrigante de Deus a Moisés: “Por que clamas a mim?” (Ex 14,15).
Este questionamento foi feito dentro de um momento dramático da narrativa. Os israelitas, tomados de grande medo, “clamaram” ao Senhor, diante da aproximação dos egípcios (cf. Ex 14,10) e, depois, reclamaram com o líder da libertação (cf. Ex 14,11-12).
Ora, o narrador não diz que Moisés “clamou” ao Senhor. Não há o discurso direto dele em direção a Deus.
Porém, o Senhor, ao fazer a pergunta, revela o interior, os pensamentos mais íntimos, de Moisés. Ele, mesmo tendo dito aos israelitas para ficarem tranquilos, afirmando que Deus combateria por eles (cf. Ex 14,14), parecia experimentar o terror da possível morte no deserto.

Qual é o sentido do verbo clamar, quando Moisés é colocado como o sujeito?
Outro dado interessante é a quantidade de vezes que o verbo hebraico “clamar”, que pode ser traduzido por “gritar” ou “chorar”, tem Moises como o sujeito. Por cinco vezes, o líder dos israelitas “clama” e todas elas têm como endereço o Senhor (cf. Ex 8,8; 14,15; 15,25; 17,4; Nm 12,13). Em nenhuma vez, ele dirige seu grito a qualquer outra pessoa. Isso demonstra que ele sabia: apenas Deus daria conta de libertar Israel das situações de dificuldade.

O que a primeira ordem que o Senhor deu a Moisés revela de importante?
De forma contundente, o Senhor, depois da pergunta, emenda uma ordem: “dize aos israelitas que marchem” (Ex 14,15). Isso denota, em primeiro lugar, que Moisés deve assumir, de fato, a liderança.

O que a expressão “que marchem” pode significar?
A expressão “que marchem”, utilizado em Ex 14,15, está no modo verbal jussivo, ou seja, expressa um sonho ou um desejo da parte de Deus. Além disso, o sentido do verbo “marchar”, em hebraico, consiste numa ação que tem a ver com um deslocamento na direção de um destino, como uma jornada.
Por isso, pode ser traduzido como “viajar”. O Senhor desejava que os israelitas fossem para qual direção? Para o mar! (cf. Ex 14,16)

Qual era a intenção de Deus?
De acordo com o v.17, outro verbo no modo jussivo revela a intenção de Deus: “que Eu seja glorificado”. Ao repetir essa mesma expressão no v.18, o autor dá a entender que a passagem pelo mar tinha finalidade de mostrar a soberania de Deus, diante da nação mais forte daquela época, o Egito.

Por que deve ser Moisés aquele que divide o mar?
Ademais, na continuidade, em Ex 14,16, há, em gradação, mais três verbos imperativos: “levanta” tua vara; “estende” tua mão; “divide” o mar. De todos, o último mandato chama muita atenção. É Moisés quem deve dividir o mar; não Deus. O autor parece mostrar que o Senhor agirá por meio do líder dos israelitas.

Qual será, neste primeiro momento, o papel de Deus?
O autor revela que Deus endurece o coração dos egípcios (cf. Ex 14,17). Interessante notar que esse verbo, no texto hebraico, é um particípio, ou seja, ele expressa uma ação que está em andamento. Assim, uma possibilidade de tradução seria “Eu (Deus) estou endurecendo o coração dos egípcios”. Deste modo, o texto quer mostrar que, enquanto Moisés estiver seguindo as ordens divinas, o Senhor estará a fazer sua parte. Trata-se de um trabalho de colaboração. Deus age; o ser humano age.

O que a expressão “em seco” pode significar teologicamente?
A finalidade da divisão do mar é para que o seu fundo fique seco e o povo possa passar. A expressão hebraica traduzida, em algumas bíblias, por “em seco” aparece pela primeira vez em Gn 1,9, no relato da criação, quando o Senhor criou o elemento seco, o que em algumas bíblias em português é “continente”.
É possível que, aqui, o autor comunique a teologia de que o Deus de Israel consiste naquele que, sendo o criador de todas as coisas, tem o domínio sobre todos os elementos da natureza.

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