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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Jornada Bíblica - 18º encontro


Tema: A reação dos israelitas (Ex 5,15-18)

Introdução
Neste encontro, estudaremos a primeira narrativa da aparição dos escribas israelitas diante do faraó, na qual se humilham e afirmam que Israel pertence ao rei do Egito (Ex 5,15-18). Trata-se de uma cena cheia de ensinamentos, artisticamente composta por apenas quatro versículos.

Oração
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para que o estudo desse encontro gere frutos de vida cristã. Leia Ex 5,15-18 e destaque o que mais te chamou a atenção.

TEXTO PARA ESTUDO

Como o autor elabora o fluxo narrativo?
Ao lermos os textos referentes ao modo como o faraó agiu diante do pedido feito por Moisés e Aarão (Ex 5,1-5), percebe-se que o fluxo narrativo revela que o estado de espírito do povo israelita foi de esperança e fé (Ex 4,31) para ressentimento e dúvida a respeito da ação de Deus em relação à aliança feita (Ex 5,15-21).
A opressão aumentou tanto o sofrimento dos hebreus que, pela primeira vez, em toda a narrativa até aqui elaborada, lideranças israelitas se colocam diante do faraó egípcio, sem que sejam Moisés e Aarão. Será que esse foi um gesto de coragem?

A ida dos escribas israelitas ao faraó foi um gesto de coragem?
O v.15 afirma que os escribas dos israelitas “foram” ao faraó. Assim, o narrador utilizou um verbo que denota ação; ele, muitas vezes, é utilizado com esse sentido nos textos bíblicos do Antigo Testamento. Com isso, ele enfatiza a pronta atitude desses hebreus diante dos açoites que sofreram (Ex 5,14).
Diante do faraó, eles “reclamaram”. Esse verbo aparece 56 vezes no Antigo Testamento hebraico. Suas traduções podem ser “clamar”, “chorar” ou “gritar” no sentido de pedir ajuda.
Chama atenção o fato de que os “escribas dos israelitas” são os únicos que, em todo relato da libertação, presente desde Êxodo até Deuteronômio, utilizam esse verbo, “(re)clamar”, tendo como objeto indireto o faraó. Em outras palavras, eles “clamam” ao rei do Egito.

Quais são os dois sentidos do emprego do verbo “(re)clamar)?
Um consiste no fato de que a primeira vez em que se emprega o verbo “clamar”, tendo o faraó como objeto indireto, fora das narrativas da libertação, foi em Gn 41,55. Esse foi um momento de muita dificuldade para o povo, já que o contexto literário é de fome e miséria devido à seca que assolava toda a região.
Desse modo, os escribas israelitas seriam pessoas que, tendo reunido os clamores oriundos dos sofrimentos do povo, teriam ido até o faraó num gesto de coragem para interceder pelos seus irmãos.
O segundo sentido pode ser: ao observar mais atentamente o emprego do verbo “(re)clamar”, logo se percebe que, a maior parte das vezes, ele tem Deus como objeto indireto, ou seja, 22 vezes. O Antigo Testamento reconhece que o Senhor deve ser o endereço dos clamores de seu povo.
Assim, ao “(re)clamarem” para o faraó, os escribas israelitas o reconhecem como seu soberano. Isso se confirma quando o autor revela que os líderes de Israel afirmaram que o povo era “servo” do faraó, por três vezes (Ex 5,15.16) e, depois, que o povo lhe pertencia (v.16)! Desse modo, eles se esqueceram de que Israel pertencia a Deus (Ex 3,7.10; 5,1) e que seu chamado especial era servir e adorar ao Senhor, exclusivamente (Ex 5,1.3).

O que a narrativa dessa semana mostra?
A narrativa dessa semana mostra que os escribas israelitas, líderes do povo, estavam mais preocupados em não sofrerem açoites outra vez do que verem o povo livre das opressões da escravidão. Por essa razão, foram capazes de entregar Israel nas mãos do faraó.
Ademais, o texto revela que o faraó não teve misericórdia. Ele retomou a ordem dada na narrativa anterior (Ex 5,7-9).

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