Tema: Moisés e a sua oração sincera (Ex 5,19-6,1)
Introdução
Neste encontro, estudaremos a oração sincera que Moisés
dirigiu a Deus, depois de ter sido interpelado pelos escribas israelitas.
Trata-se de uma narrativa que revela as dificuldades daquele que é chamado por
Deus, bem como, também, a pronta resposta do Senhor.
Oração
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para
que o estudo desse encontro gere frutos de vida cristã. Leia Ex 5,19-6,1 e
destaque o que mais te chamou a atenção.
TEXTO PARA ESTUDO
O que o verbo “viram-se” pode significar?
Ex 5,19 dá início a um novo bloco narrativo com a
constatação feita pelos escribas israelitas de que estavam em situação má. O
verbo utilizado “viram-se”, em hebraico, pode designar uma percepção e
compreensão mental. Isso dá ainda mais dramaticidade ao relato, pois esses
líderes parecem ter ficado calados por conta do pavor que sentiram.
Qual foi a resposta do poder opressor diante do pedido dos
escribas israelitas?
A constatação é dura: “Não diminuireis em nada a produção
dos tijolos de cada dia” (v.20). Diante disso, o autor reforça que o poder
opressor não atendeu às reivindicações dos escribas israelitas; eles não
conseguirem qualquer mínimo progresso (Ex 5,17-18).
Ao contrário, quando se depararam com Moisés e Aarão (Ex
5,20), os escribas israelitas revelaram um fato que, até então, o narrador
tinha mantido em segredo: diante do faraó, eles foram ameaçados de morte (Ex
5,21). Com essa informação, o autor aumenta a tensão da história.
O que os escribas israelitas fizeram contra Moisés e Aarão?
Com essa experiência aterrorizante, os escribas israelitas
se dirigem a Moisés e Aarão, afirmando que esses precisavam de um julgamento da
parte do Senhor. Claramente, o faraó culpou aos escribas israelitas (Ex 5,17);
esses, por sua vez, culparam a Moisés e Aarão (Ex 5,21); e, por fim, Moisés
culpará a Deus, em sua oração (Ex 5,22-23).
Por que Moisés utiliza o verbo maltratar tanto para Deus
quanto para o Faraó?
Tendo sido atacado, de algum modo, pelos escribas
israelitas, Moisés se volta ao Senhor e lhe dirige duras palavras,
inicialmente, mediante duas perguntas.
Na primeira, ele expressa um julgamento a respeito de Deus,
ao dizer que esse maltratava o povo. Chama a atenção o fato de que o verbo
“maltratar” foi empregado, na mesma oração, tendo como sujeito dessa ação o
próprio faraó. Com isso, o líder israelita equipara Javé ao rei do Egito.
Na segunda pergunta, Moisés questiona sua vocação. Isso
prepara a próxima cena que terá como assunto um novo chamado de Deus a Moisés
(Ex 6,2-13). Esse trecho será estudado na próxima semana.
Por que e como Moisés acusou a Deus?
Além dos dois questionamentos, Moisés acusou a Deus de não
fazer nada para libertar o seu povo da escravidão (Ex 5,23). Parece que, aqui,
o líder dos israelitas se esqueceu dos prodígios e sinais operados pelo Senhor,
ao longo da narrativa (Ex 3,2-3; 4,28-31).
O que a utilização da expressão “mão forte” anuncia no fluxo
narrativo?
No último versículo desse conjunto (Ex 6,1), o Senhor
responde Moisés, afirmando que intervirá com mão poderosa no Egito, em vista de
libertar seu povo da escravidão.
A expressão “com mão poderosa”,
que se repete aqui por duas vezes, constitui-se num sinal de que se dará o
início da intervenção do Senhor no Egito. Com efeito, Deus já havia adiantado a
Moisés, em Ex 3,19-20, lá no Monte Horeb, que sabia que o faraó não os deixaria
sair tão fácil da casa da escravidão e que teria que ferir o Egito com sua
própria mão. Deus tem o controle de todas as coisas!
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