Tema: A terceira e a quarta pragas: os mosquitos (Ex
8,12-15) e as moscas (Ex 8,16-28)
Introdução
Neste encontro, estudaremos as duas pragas subsequentes: os
mosquitos (Ex 8,12-15) e as moscas (Ex 8,16-28). Elas reservam ao leitor
surpresas muitos interessantes sobre como Deus age na história em vista de
libertar o seu povo oprimido.
Oração
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para
que o estudo desse encontro gere frutos de vida cristã.
Leia Ex 8,12-15. Depois de uma pausa para meditar sobre a
terceira praga, leia Ex 8,16-28. Agora, destaque o que mais te chamou a
atenção.
TEXTO PARA ESTUDO.
A terceira praga foi mesmo de mosquitos?
O termo hebraico que na maioria das bíblias em português foi
traduzido por “mosquitos” pode significar também qualquer pequeno inseto, até
mesmo piolhos! Essa palavra, no texto original, refere-se a qualquer
invertebrado pequeno que voa.
Como esses insetos são compreendidos na cultura dos
israelitas?
De acordo com a tradição de Israel, na Lei do Antigo
Testamento, esses pequenos invertebrados que voam são considerados impuros e,
portanto, proibidos como alimento (cf. Lv 11,20; Dt 14,19).
O que significa dizer que o pó da terra se transformou em
insetos?
Nem piolhos nem mosquitos vêm do pó da terra; entretanto, os
piolhos podem ter sido associados ao solo, pois também rastejam. A intenção do
autor, aqui, ao utilizar essa linguagem, consiste em transmitir que esse foi um
ato sobrenatural.
Por que o autor faz questão de mostrar que os magos egípcios
não tiveram sucesso ao tentar reproduzir a terceira praga?
Mais uma vez, os magos egípcios procuram imitar a praga,
mas, desta vez, não conseguem (Ex 8,14). O verbo traduzido em português para
denotar a ação dos falsários, “produzir”, em hebraico é o mesmo utilizado em Gn
1,12.24, no relato da criação do mundo. O que demonstra que apenas o Deus
verdadeiro tem poder de dar ordem às coisas naturais para que elas produzam
algo!
O que significa a expressão “dedo de Deus”?
Diante desse insucesso, os magos disseram que a praga
ocorrida foi obra do “dedo de Deus” (Ex 8,15). Essa expressão aparece diversas
vezes na Bíblia, tanto no Antigo Testamento (cf. Ex 31,18; Dt 9,10; Sl 8,4),
quanto no Novo Testamento (cf. Lc 11,20), mas também nas diversas inscrições
mágicas e religiosas egípcias. Desse modo, o autor revela que os magos
reconheceram, no ocorrido, uma ação direta de Deus verdadeiro.
Por que, no início da narrativa da quarta praga, Deus
ordenou que Moisés levantasse cedo e fosse encontrar o faraó às margens do rio
Nilo?
O início da narrativa da quarta praga, em Ex 8,16, contém a
ordem de Deus a Moisés para que fosse encontrar o faraó às margens do rio Nilo.
Com isso, o autor retoma o início do confronto entre o líder israelita e o
mandatário egípcio, situando-os novamente no mesmo local da primeira praga (cf.
Ex 7,15).
Provavelmente, o escritor queira denotar, com isso, uma
intensificação do conflito entre os dois personagens, aumentando o drama da
narrativa, já que há também a utilização, dentro da nova ordem, da expressão
“levante-te de manhã cedo” (cf. Ex 8,16) que será retomada em Ex 9,13. Há,
portanto, aqui, o aumento da tensão.
Qual é a quarta praga e como a narrativa é diferente em
relação à terceira?
Durante a quarta praga, a das moscas, o Senhor chama a
atenção para a maneira diferente como Sua ação afetará os israelitas e os
egípcios, pela primeira vez (cf. Ex 8,17-19). A partir desse relato, Deus fará
uma distinção entre os opressores e os oprimidos de modo ainda mais claro (cf.
Ex 9,4.26; 10,23).
Será que a quarta praga foi de moscas realmente?
A palavra hebraica usada aqui, arov, é ambígua (cf. Ex
8,17). Uma vez que significa literalmente “mistura”, muitas vezes, é
interpretada como um enxame de insetos, como moscas. No entanto, esse
significado é incerto.
O que o autor quer ensinar quando narra que Moisés se tornou
um intercessor?
Outro detalhe interessante no
relato da quarta praga consiste no início de uma nova função que será assumida
por Moisés: a de intercessor ou intermediário entre Deus e os seres humanos.
Nesse relato, por exemplo, o faraó pede que Moisés interceda por ele (cf. Ex
8,24-25). Com isso, o autor quer ensinar que há poder na oração do justo diante
de Deus.
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